50 minutos, presentes

Pois, eu estava ali, embaixo da passarela do estacionamento da livraria, encostado em uma coluna e tendo como vizinhas de papo uma de cada lado. Decidi gastar meus 50 minutos ali por que se tratava do lugar mais ventilado de todo o Recife Antigo as 09:10 da manha.

09:20
Manhã quente de segunda-feira, onde, dali eu tinha uma vista tímida do Capibaribe e do lugar onde fora o bar de Tim Maia e que agora da lugar a 3 vagas de um estacionamento improvisado. Deu saudade do tempo em que perdia noites transitando a rua da moeda, porém a saudade foi posta de lado com a chegada de um simpático senhor, mal vistido, com uma apostila de eletrônica digital(livro pra quem entende do assunto) e como aquele fosse o lugar preferido dele, ele me pediu licença e sentou a cerca de um metro dos meus sapatos.

09:25
Logo ele se tornou parte da decoraçao daquela manhã, ele, a kombi que vende lanche em cima da faixa de pedestre e os franelinhas q discutem o jogo da quarta passada, como se o de domingo não tivesse existido.

09:32
Deu pra perceber que a jornada de trabalho começa as 10h da manhã, porque em menos de 5 minutos a rua que estava calma e propícia para um post no meu blog se tornara um caos total, o movimento da kombi do lanche aumentara 20x, os franelinhas tinham se multiplicado e o primeiro tempo do papo de futebol havia chegado ao fim, do meu lado o senhor, ainda sentado, admirava os carros como se aquele fosse o melhor momento do dia. A brisa já não era tao fresca, a vontade de entrar e comprar o livro era grande.

09:45
Faltava pouco, porém muito. Já não aguentava ficar em pé e aproveitei a ida do senhor eletronico para sentar no seu lugar . Agora eu era parte da decoraçao do Recife.

09:55
Estava na frente da porta da livraria, todos ali pareciam que iam correr atras de um prêmio.
As portas se abrem.

Compra;
Paga;
Embrulha;
Risos;
Almoço;



22/03/10